setup #07

Quem é você e o que faz?

Meu nome é Zeno Rocha, tenho 22 anos e sou de Curitiba, Paraná. Todo mundo tem uma história romântica de como começou na web, já eu nem lembro qual ano ou qual foi meu primeiro site exatamente.

Entrei na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro em 2009 para cursar Sistemas de Informação. Nesse mesmo ano fui convidado para o meu primeiro estágio em uma agência de design chamada Caos! Design. O negócio principal deles era vender experiências únicas na web usando Flash. Por isso, ActionScript 3 foi uma escola importante para mim, mas desde aquela época o que realmente me interessava era Open Web.

Com o passar do tempo senti a necessidade de descobrir um outro mundo. Trabalhar de chinelo todos os dias era incrível, mas precisava ter a experiência de trabalhar em uma empresa grande, com regras mais rígidas e projetos mais intensos. Foi aí que surgiu o convite para trabalhar na Petrobras. Lá aprendi a lidar com as burocracias que uma grande empresa impõe e esbarrei com a falta de motivação de muita gente. Definitivamente não era um lugar pra mim, mas só podia descobrir isso se fosse trabalhar lá.

Me demiti da Petrobras e entrei na Globo em 2011, no time de inovação do globoesporte.com. Dentro da redação tive que enfrentar os prazos malucos dos eventos esportivos e tive a oportunidade incrível de criar experiências digitais para centenas de milhares de pessoas.

Quando descobri o impacto que poderia fazer no Brasil inteiro através desses projetos pensei: por que atingir só o Brasil? Por que não impactar o mundo todo? Então, mesmo com todo o status que trabalhar na Globo proporcionava, resolvi sair para trabalhar na Liferay, Inc. Hoje trabalho com pessoas do mundo todo e, volta e meia, conheço lugares que eu nunca imaginaria que iria visitar.

Qual hardware você usa?

Quando eu decidi que realmente iria trabalhar com computação, resolvi experimentar os principais sistemas operacionais antes de falar "beleza, é nesse que eu vou ficar". Comecei o ano de 2011 utilizando Windows, logo nos primeiros meses migrei para Linux com a distribuição Ubuntu, onde fiquei por grande parte do ano, até que no final migrei para o Mac OS X onde estou até hoje.

Muita gente reclama que os computadores da Apple são caros. E realmente são, não tem como negar. A questão é, nós trabalhamos com isso, passamos o dia inteiro nessa porcaria, então se você quer ser o melhor no que faz precisa da melhor máquina.

Hoje eu sou um cara extremamente feliz usando um Macbook Pro 15", com 512GB de HD SSD e 16GB de RAM. Eu viajo muito, mas muito mesmo, então foi difícil sair do meu antigo Macbook Air 13", mas os novos modelos do Pro estão vindo tão leves quanto o Air, então tudo bem. No trabalho tenho um monitor externo, mas que não faço muita questão em usar.

Não entendo nada de áudio, mas conheço quem entende. Uso um fone de ouvido Bose AE2 e um microfone Behringer C1U para gravar o ZOFE. Para ouvir música no banho, uso uma Beats Pill.

Para ler e assistir seriados uso um iPad Mini com retina display (não entendo como as pessoas gostam daqueles tablets gigantes). E como telefone uso um Nexus 5 (a experiência de um Android puro é sensacional). Como telefone secundário tenho um GeeksPhone Keon Developer's Preview com FirefoxOS.

Qual software você usa?

Passo a maior parte do tempo no browser, tenho instalados Firefox Aurora e Opera Next, mas meu favorito continua sendo o Chrome Canary. Para testar sites em navegadores antigos, uso algumas VMs de Windows no VirtualBox.

Com relação a editor de código nem preciso falar né, se você me conhece sabe que eu sou apaixonado pelo Sublime Text, hoje na versão 3. Inclusive já gravei alguns vídeos mostrando como eu o uso. Meus plugins favoritos são: Emmet para abreviação de HTML/CSS, GitGutter para visualizar diffs, SublimeLinter para correção inline e JSFormat para formatação. Também criei um conjunto de snippets para JavaScript e NodeJS que me ajuda muito e um tema chamado Dracula. A lista completa de plugins e configurações tá no GitHub.

No terminal uso zsh como shell, tirando proveito das dezenas de plugins do oh-my-zsh. Volta e meia dou uma tunada nos meus dotfiles com alguns plugins como o Z para navegar entre os diretórios. Uso o iTerm 2 como cliente com uma configuração para abrir o terminal até a metade da tela (criei esse costume quando usava Ubuntu e não consigo usar de outro jeito mais).

Sou maníaco por produtividade e encontrei no Alfred minha alma gêmea. Através do PowerPack consigo criar workflows que automatizam uma série de coisas pra mim. Se você não aproveitar nada dessa entrevista pelo menos veja isso.

Me envolvo com muitos projetos ao mesmo tempo e o Workflowy tem me ajudado a manter a sanidade com tantas tarefas para gerenciar.

Redes sociais são canais bem interessantes para compartilhar conteúdo, então passo um bom tempo nelas também. Minha favorita é o GitHub é claro, tanto que hoje estou entre os 20 desenvolvedores mais ativos no mundo.

Falando em GitHub, uso Git para versionamento em tudo. Resolvo a maior parte das coisas no terminal, até por isso criei o NodeGH junto com o Eduardo Lundgren, mas tem coisas como add iterativo que eu gosto de fazer no SourceTree e visualizar diferenças de merge que eu gosto de ver no Kaleidoscope. Praticamente tudo que eu escrevo envolve Markdown, sou viciado nele. O Mou com seu syntax highlight e live preview já virou indispensável pra mim.

Não sei brincar de feeds RSS, tenho uma lista enorme de blogs que eu gosto e acabo acumulando muita coisa por lá.

Tento manter a maioria das minhas coisas na nuvem caso meu computador seja roubado (o que inclusive aconteceu recentemente em Madrid e, por isso, me incentivou a criar um guia de setup para Mac OS X). Ouço músicas no Spotify (sincronizadas offline no celular) e guardo minhas fotos no Google Photos.

Para gravar screencasts ou editar vídeos uso o ScreenFlow, inclusive todos meus vídeos usando a GoPro são editados nele. Para gravar GIFs usava um processo extremamente complexo no terminal até descobrir o ridiculamente fácil de usar LICEcap.

Compartilho arquivos e encurto links no Cloud, é a melhor experiência para esse tipo de tarefa que eu já encontrei. Consegui ainda configurar um domínio só para ele: zno.io. Também uso Dropbox e Time Machine para backup.

Para gerenciar minhas viagens uso o Kayak e Google Now, ambos no celular. O 1Password também tem sido útil não só para armazenar minhas senhas e licenças de software mas também para guardar o número dos programas de milhas de cada companhia. Recentemente comecei a usar o Dash para consultar documentação de linguagens/frameworks offline, assim consigo programar sem problemas no avião.

O que te motiva a fazer o que faz?

Sempre adorei programar, mas o dia que eu dei minha primeira palestra tudo mudou na minha carreira profissional. Quando você descobre que pode estudar algo que ama e depois compartilhar esse conhecimento com outras pessoas, faz você mudar totalmente seu jeito de pensar.

Desde então eu tenho tido a oportunidade de viajar o mundo todo conhecendo pessoas incríveis em cada canto que eu passo.

Antes o que me motivava era fazer a maior quantidade de freelas em menos tempo. Hoje eu sou um cara que só quer ajudar as pessoas e mudar o mundo.

Um herói?

São tantos que seria injusto nomear só uma pessoa. Profissionalmente falando, tive vários hérois que foram importantíssimos em cada fase da minha carreira. Quando entrei na faculdade era meu professor Mariano Pimentel. Depois conheci o herói dele, Maujor. Meu herói até hoje. Quando comecei a palestrar foi o Bernard De Luna. Quando descobri o tal do HTML5 era Paul Irish. Quando comecei a me aprofundar em JS foi Eduardo Lundgren.

Enfim, cada um teve um papel importante em cada fase e hoje tenho a sorte de ser amigo pessoal de cada uma dessas pessoas.

Espero um dia ser o herói de alguém também :)