setup #10

Quem é você e o que faz?

Meu nome é Erika Heidi Reinaldo. Sou brasileira, de João Pessoa–PB, onde morei a maior parte da minha vida. Em 2012, me mudei para Amsterdam – Holanda, com meu marido e nosso cachorro. Sou uma profissional independente, trabalho de casa com projetos próprios. Apesar de fazer muitas coisas diferentes em um projeto, a minha paixão é programar.

Trabalho principalmente com PHP desde 2003, mas na verdade eu faço um pouco de tudo no que diz respeito a um projeto web — desde a parte conceitual até o deploy da aplicação. Foi a forma que encontrei para evitar o tédio de trabalhar com a mesma coisa todos os dias, e ser capaz de criar meus próprios projetos independentemente. Dessa maneira, consegui deixar o emprego convencional e viver exclusivamente com a renda do Google Adsense.

Como uma pessoa bastante independente e autodidata, eu nunca dei muito valor a diplomas. Apesar de ter cursado Desenvolvimento de Sistemas por um tempo, escolhi me graduar em Publicidade, para ter um conhecimento mais aprofundado do mercado publicitário e descobrir maneiras de otimizar e aproveitar melhor o potencial dos meus projetos independentes.

Outra grande paixão para mim, desde criança, é escrever. Recentemente publiquei um livro sobre Vagrant — em inglês, atualmente sendo traduzido para o português —, e comecei a palestrar em conferências internacionais sobre esse tema. Palestrar em inglês foi um grande desafio, ainda é, mas é fora da nossa zona de conforto que a mágica acontece.

Qual hardware você usa?

Meu laptop ainda é o mesmo que trouxe do Brasil: um Dell Inspiron Core i5, 14", com 8GB de ram, bastante razoável para as minhas necessidades diárias - só vira uma dor de cabeça quando viajo, já que ele não é tão leve quanto eu gostaria. No meu desktop, em casa, uso um monitor externo de 27" e teclado e mouse bluetooth da Logitech.

Tive a experiência de trabalhar com um MacBook por cerca de 6 meses (na época em que trabalhei para uma empresa daqui), mas para mim é muito difícil aceitar as limitações impostas pela Apple, e como usuária Linux desde 1999 eu não me sinto produtiva no OSX, muito menos com um iPhone.

Meu celular é um Nexus 4. Apesar de ter uma back cover frágil (que eu já consegui quebrar), no geral não tive nenhum outro problema com ele, e sou muito feliz com meu Android.

Workspace de Erika Heidi em sua casa.
Workspace de Erika Heidi em sua casa.

Uso também um tablet Wacom Pen & Touch, especialmente útil quando estou preparando minhas palestras, já que sempre faço ilustrações para meus slides. Também uso nas horas vagas como um "gadget criativo" (ou um brinquedo mesmo, já que nem sou designer nem nada).

Na mochila, carrego um Logitech Wireless Presenter, essencial para minhas palestras. Fone SkullCandy básico, que geralmente só uso no avião ou trem. E de vez em quando carrego também uma HMDX Jam, uma caixa de som bluetooth pequena mas com boa potência, ideal para levar pro parque nos finais de semana.

Outro gadget que está sempre comigo é o FitBit Flex. Com ele, posso monitorar a quantidade de passos e calorias gastas no dia, também posso monitorar o meu sono e usá-lo como um despertador silencioso.

Por último, mas não menos importante e essencial para o meu trabalho, a minha cafeteira: uma Tassimo Vivy, da Bosch, que faz um excelente capuccino. Ótimo custo-benefício.

Qual software você usa?

Uso Ubuntu 12.04 no meu laptop. Como IDE, uso PHPStorm, da JetBrains — na minha opinião o melhor editor PHP da atualidade. Como Shell, uso oh-my-zsh, tem um visual bem bacana e algumas funcionalidades interessantes. Também não pode faltar no meu sistema: PHP 5.5, Nginx (migrei do Apache e só tenho coisas boas pra falar do Nginx), Vagrant, Composer, Git, Curl e Vim. Apesar de estar usando cada vez mais o Vagrant para rodar minhas aplicações web, também faço questão de ter um servidor básico local para rodar projetos menores.

VirtualBox é essencial para mim, não apenas para uso com o Vagrant, mas também pelo fato de que eu preciso usar alguns programas gráficos eventualmente e não existem muitas opções robustas para Linux. Ou talvez porque eu já esteja muito acostumada a usar o Adobe Fireworks (desde o tempo que fazia parte da suite Macromedia Dreamweaver). Tenho sempre uma máquina virtual com Windows 7 para esses momentos.

Como navegador, uso o Chrome principalmente. Plugins: AdBlock — para bloquear anúncios, e Strict Workflow — pra quando preciso ter mais produtividade, uso Pomodoro com a ajuda dessa extensão que bloqueia redes sociais e outros sites com muita distração, enquanto durar o Pomodoro.

Para meu trabalho como desenvolvedora, outras ferramentas que uso frequentemente são MySQL Workbench e RoboMongo, ambos para administração de bancos de dados. Quando estou trabalhando com palestras e livros, uso respectivamente LibreOffice Impress (para os slides) e ReText (para editar arquivos markdown).

No celular, meus aplicativos essenciais são: Google Translator (é, eu não falo holandês), Google Maps (essencial ++) Twitter (cliente original), Facebook, Gmail e FitBit. Outros que uso com frequência são: TripAdvisor, Yahoo Weather, Runkeeper e Evernote. Quando não tem internet, meu joguinho favorito é o Greedy Spiders 2. Outro app que não pode faltar no meu celular, pra quando toca aquela música super legal mas que você não tem a mínima idéia qual é: SoundHound.

O que te motiva a fazer o que faz?

Pra mim, ser uma desenvolvedora é ter o poder de criar, de transformar uma idéia em algo funcional (e, se possível, bonito) — é pura arte. Foi essa visão de código como arte — ao invés de algo puramente técnico e exato — que me trouxe até onde estou hoje. Eu me considero uma pessoa mais criativa do que técnica, e programação para mim é uma ferramenta para criar.

Um herói?

É bem difícil pra mim escolher uma pessoa que me inspira, quando na verdade tenho tantas inspirações dentro e fora da minha família. Mas creio que seria mais justo falar de alguém que deveria ser inspiração para todos nós da área de TI, e em especial mulheres: Grace Hopper. Ela foi uma pioneira, criadora do primeiro compilador, uma das primeiras pessoas do mundo a programar um computador (Harvard Mark 1), mãe do COBOL — uma das primeiras linguagens de programação modernas — e inventora do termo "debugar". Ganhou inúmeras condecorações e prêmios relacionados à tecnologia, sendo inspiração até hoje para eventos e iniciativas celebrando e incentivando a presença de mulheres na área. "Amazing Grace", como ficou conhecida, é uma grande inspiração e uma verdadeira heroína para qualquer mulher que trabalha hoje com programação.

"Se a idéia é boa, vá em frente e faça. É bem mais fácil pedir desculpas do que pedir permissão".