Quem é você e o que faz?
Meu nome é Eduardo Shiota. Comecei a mexer com computadores desde criança, em um XT com comandos básicos no DOS. Tive uma infância e adolescência inspiradas por games e programação graças ao meu irmão, @shadowmaru. Foi seguindo os passos dele que entrei no mundo do desenvolvimento na web.
Ele me apresentou ao HTML em meados de 1997, e fiz minhas primeiras páginas usando Hotdog, Notepad, Photoshop 5, tags font
e layouts em frameset
e table
. Profissionalmente, comecei um pouco fora deste mundo. Ingressei no curso de Ciência da Computação, em 2003, com o sonho de fazer games. Depois de 2 anos e meio estudando e um estágio na UOL com C++, percebi que aquilo não me faria feliz e tranquei a faculdade. Acabei me formando em Design, com habilitação em Comunicação Visual.
Hoje, sei que ambas as faculdades contribuíram para eu chegar onde estou hoje. No fim, descobri que minha paixão era mexer com UIs — User Interfaces — e vi a chance perfeita de aliar meu conhecimento de Computação com os conceitos de Design em prol da usabilidade.
Em 2005, eu e mais três amigos criamos um escritório de design digital. Em 2006, concluí que precisava de muito mais experiência profissional. Resolvi sair, estudar mais um pouco, e procurar um estágio de "webdesign". Em 2007, entrei para o Ikwa — uma startup do grupo Monashees — como desenvolvedor front-end e designer. Foi assim que passei a vivenciar o apaixonante mundo das aplicações web e das startups. A partir daí, passei por consultorias, agências, pelo Grupo Abril, pela Naspers, comecei a dar treinamentos no HOWTO, e entrei para o time da Baby.com.br. Tive a honra de conhecer grandes nomes das comunidades de PHP, Ruby e de Front-end, e palestrei em várias cidades do Brasil.
Meu objetivo, no entanto, sempre foi experimentar a vida fora do país. Foi então que, no meio de 2013, surgiu a oportunidade perfeita e vim morar em Amsterdã, na Holanda. Hoje trabalho na Booking.com. Mudar de país não é fácil, mas posso dizer que foi uma das melhores decisões que já tomei — tanto pessoalmente quanto profissionalmente.
Qual hardware você usa?
Já usei Windows, Linux e Mac para trabalhar, e hoje posso dizer que o OS X ofereceu a melhor experiência. Como dizem por aí, é "um Linux que funciona". Estável, repleto de ferramentas e prazeiroso de usar.
No trabalho, tenho um MacBook Pro 13" Core i7, com 8GB de RAM e 128GB de SSD; um monitor Dell de 24" e um Iiyama ProLite B2480HS de 24" (conectado por um adaptador USB StarTech USB32DVIPRO); um Apple Keyboard (wired); e um Magic Trackpad. Como não costumo levar o computador pra casa, resolvi que o peso (comparado a um Air) é compensado pelo processador mais parrudo.

Em casa, tenho um MacBook Pro 13" Retina Core i5, com 8GB de RAM e 512GB de SSD. Como me mudei recentemente, não tenho monitor, mouse ou teclado externo. Não me vejo comprando-os tão cedo também. A tela do Retina é suficiente para mim.

No dia-a-dia, uso um iPhone 5S de 64GB. Aqui dá pra comprar um e ter conexão 4G sem ter que vender um rim =). Eu tinha um iPad 2 no Brasil, mas percebi que estava usando-o cada vez menos. Sempre acabei fazendo as coisas ou no Mac, ou no iPhone.
Na minha mochila, carrego a fonte do MacBook com um PlugBug (um carregador USB para fontes do MacBook, com adaptadores para diferentes plugs), um adaptador Mini DisplayPort-VGA, um Logitech Wireless Presenter, um cabo Thunderbolt, todos devidamente organizados em um Cocoon GRID-IT.
Finalmente, para áudio eu uso um Bose Quiet Comfort 15. Pra quem voa bastante de avião e/ou trabalha em um ambiente open office, é algo milagroso. Além disso, possui um áudio equilibrado, sem carregar muito nos baixos e agudos igual ao "Beats by Dr. Dre". E na bike, uso o Bose MIE2i. É in-ear, confortável, com boa qualidade, mas ainda permite ouvir buzinadas e sininhos de motoristas e ciclistas estressados.
Qual software você usa?
Como navegador primário, tanto para uso pessoal quanto para trabalhar, uso o Chrome e seu excelente Chrome DevTools. Tenho instalado também o Firefox, Firefox Aurora, Chrome Canary, Opera, e Safari (claro). Quando preciso testar algo no Internet Explorer, uso VMs do Parallels.
Para desenvolver, uso o Terminal (bash), configurado com alguns dotfiles que colecionei por aí. Aliás, uma dica a todos os desenvolvedores de front-end e webdesigners: aprendam a usar o Terminal. Usar um shell abre um mundo totalmente novo e amplo pra você trabalhar.
Para editar código, uso o Sublime Text, com os packages Git (integra comandos Git com o ST), GitGutter (mostra informações do diff em "tempo real"), SublimeLinter (faz lint de diversas linguagens e é altamente configurável) e SublimeHighlight (copia código colorido em RTF — bom para colar em slides). Minha fluência é em HTML, CSS e JavaScript, mas também uso Ruby constantemente, e Python ocasionalmente. Uso Photoshop e Illustrator para design, e o Keynote para apresentações.
Cada projeto e cada empresa exige um set diferente de frameworks e ferramentas de build/deploy, então é sempre bom estar preparado para aprender coisas novas. Por isso, não me prendo a uma solução específica.
No dia-a-dia, uso o Alfred, com buscas personalizadas e alguns workflows; 1Password para gerar e guardar senhas (o preço é um pouco salgado, mas vale cada centavo); Tweetbot para o Twitter; Spotify para ouvir música; Moom para organizar minhas janelas; Dropbox para backup pessoal, e sincronizar as configurações do Alfred, 1Password e Sublime Text; e iA Writer para escrever.
O que te motiva a fazer o que faz?
Como eu disse, descobri minha paixão em desenhar e implementar User Interfaces. Para mim, poder escrever linhas de código que resultarão em algo concreto, usável, que poderá ajudar pessoas a executarem tarefas, compreenderem uma informação, melhorarem suas vidas, ou apenas se divertirem, é algo mágico.
Acima de tudo, sou motivado a ensinar e a aprender constantemente. Se encontro um desafio pela frente, pesquiso em diversas fontes, leio muito, e tento absorver o máximo para superá-lo. E se tenho a chance de ajudar alguém com algo que aprendi, faço-o com prazer. Foi assim que comecei a dar palestras, workshops, e responder dúvidas da comunidade. Sinto que, enquanto puder melhorar a vida de alguém e fazer alguma diferença no mundo, estarei no caminho certo.
Um herói?
É clichê, mas é verdade: meu pai. Ele sempre trabalhou longas horas, passou por dificuldades, lutou muito pela família, sempre fez tudo por nós, e nunca deixou de sorrir. Ele lutou contra um linfoma, foi forçado a se aposentar de vez, e nunca deixou de sorrir. Até hoje, quando ligo pra ele por FaceTime, ele nunca deixa de sorrir.
Ele me deu uma lição valiosa sobre humildade. Um dia, no começo da minha carreira, estava criticando um site mal-feito, e afirmando como eu nunca faria aquilo. Ele respondeu: "No dia que você me mostrar algo que você realmente tenha feito e que seja melhor, vai ter o direito de criticar o trabalho dos outros. Até chegar lá, você não pode falar nada".
E hoje eu sei: nunca chegarei lá. Assim deve ser o futuro: procurar melhorar sempre, e sem menosprezar o trabalho alheio.