Quem é você e o que faz?
Meu nome é Ju Gonçalves, nasci em Cruzília, Minas Gerais, em um inverno bem chuvoso de 89. Sou filha única e nunca tive muito com quem brincar, por isso meu melhor amigo foi, por muito tempo, o 286 que meu pai deixava o dia inteiro sozinho em casa. Meu pai certamente notou, depois de um tempo, que eu ficava brincando com aquilo e resolveu fazer um caderno de comandos para que eu não me perdesse enquanto usava o finado DOS.
Tenho graduação em Sistemas de Informação e mestrado em Ciência da Computação, ambos com enfoque em Interação Humano-Computador. Entretanto transitei bastante entre outras sub-áreas, mas minhas maiores paixões ficaram em Processamento de Linguagem Natural, Linguagens de Programação e Linguagens Formais. Eu, com certeza, tenho alguma coisa com linguagens. Também cursei Cinema e Audiovisual por mais de 2 anos, mas acabei desistindo.
Já trabalhei para diversas empresas no Brasil e no mundo, incluindo a Codeminer42 e a Eventick. As minhas experiências durante esses anos foram diversas: aplicativo para Xbox One, vários Rails apps, software para banco, visualização de dados estatísticos. Coisas que às vezes eu me lembro e penso: – olha, eu já trabalhei com isso mesmo.
Agora, eu moro em Copenhagen, na Dinamarca. Trabalho como Front-end Enginner na Podio, que era uma startup de um produto de gerenciamento de projetos, parecido com o Trello, porém mais customizado e bastante usado no mundo inteiro.
Qual hardware você usa?
Tenho um Sony Vaio 6gb RAM (2010) e um recém-comprado MacBook spacegrey. Alterno entre os 2 durante o dia, mas o MacBook é mais ergonômico para mim, devo confessar (mais leve, mais silencioso, mais frio). Também tenho um iPhone 5, que comprei logo quando saiu para aposentar meu velho iPhone 3gs. Também tenho um Keon Firefox OS Developer Preview, da Geeksphone, que não uso com tanta frequência.
Tenho, também, um fone Beats by Dre Solo HD branco, que, apesar de todos os reviews negativos por ai, acho muito bom e gosto da definição de audio. Minha mochila foi escolhida mais por estética do que qualquer outro critério, uma azul da Nike (se você já me viu por ai, ela provavelmente estava junto).

Não tenho nenhum monitor extra, mas geralmente uso algum em coworkings, casas de amigos, etc. Também não tenho nenhum tablet, já tive no passado um Samsumg Galaxy Tab, mas sempre achei a experiência de uso do Android muito ruim.
Além desses, tenho mais 2 amigos inseparáveis que vão comigo para onde eu for: meu Nintendo 3DS e meu Kindle. São companhias essenciais para viagens longas ou momentos de tédio, como esperar em filas. Especialmente porque a bateria deles dura bastante.

Desisti do curso de Cinema, mas a paixão por fotografia ficou: tenho um Canon 7D (digital) e uma Nikon F90 (analógica). Infelizmente, a Nikon ficou no Brasil, mas a Canon veio pra Dinamarca. Pretendo revivê-la em breve, embora o uso dela no dia-a-dia seja complexo: muito grande e muito pesada para levar por ai.

Agora que estou me estabilizando em Copenhagen, irei adicionar um bom e grande monitor, assim como uma cadeira, que seja confortável e ergonômica, ao meu workspace. Cadeira é muito importante, deve ser sua prioridade depois de uma boa máquina. Um Playstation 4 e um iPhone 6 também estão na lista de futuras aquisições.
Qual software você usa?
Tenho usado Mac OS X, Elementary OS e uma VM com NixOS. Gosto muito do Mac OS X, é provavelmente meu favorito e aquele que estou mais integrada. Elementary OS foi uma surpresa muito agradável, gosto bastante do look'n'feel, assim como da estabilidade e dos aplicativos. Não sinto falta de muita coisa do Mac OS X quando estou usando-o. Certamente poderia usá-lo como primeiro OS sem nenhum problema. Já o NixOs é um caso de amor e ódio. Com certeza, NixOS apresenta a melhor experiência de gerenciamento de pacotes e aplicativos que eu já usei, é lindo ver como isso funciona maravilhosamente bem e a experiência de uso em geral é muito boa. Entretanto, eu não consigo usar KDE, acho feia e confusa e não consegui usar Gnome no NixOS por questões de incompatibilidade. Foi muito frustrante.

Meu navegador principal é o Firefox e uso o Firefox Developer Edition para desenvolvimento. Migrei para o Firefox em 2013 por questões ideológicas, o que ao longo dos anos mostrou seus benefícios: consegui me manter com computadores de pouca memória RAM por mais tempo do que a maioria das pessoas. Uso outros navegadores somente para testes.
Ao contrário da maioria das pessoas, sou appless: uso a menor quantidade de apps possível e sempre dou preferência àqueles que são web-based ou por linha de comando. Em versão desktop, uso somente Spotify e Slack. As vezes uso Evernote, mas sempre em casos especiais. Para gerenciamento de tarefas, uso Trello e Podio. No Trello, deixo mais tarefas não estruturadas e, no Podio, projetos de software que serão lançados como open source software ou qualquer projeto de software que pretendo fazer. Um app de console que eu usava bastante e recomendo é o Profanity, que é um cliente XMPP. Usava para conectar ao Facebook chat e ao Gtalk, mas o Facebook retirou a API XMPP e chorei muito.
Depois de idas e vindas, meu editor de texto atual é o emacs, juntamente com spacemacs. Nele, uso basicamente os keybindings do emacs com alguns do VIM que eu gosto muito, como i
e :q
. Ainda mantenho o Brackets instalado, que geralmente uso quando preciso editar texto com alguém. Já usei muito WebStorm no meu emprego passado, mas sempre odeiei e gastava memória demais. Eu definitivamente não combino com IDEs.

Quanto à ferramentas de desenvolvimento, uso Terminal.app no Mac OS X e Sakura no Elementary OS, ambos usando shell Fish e Oh-my-fish para personalização. Para versionamento de código, uso git alternando entre GitHub e BitBucket. Já o automatizador de tarefas depende do ambiente que eu estou usando, mas geralmente escolho npm scripts para JavaScript e make para o resto.
Linguagens? Minha linguagem principal é a JavaScript. Logo, tenho sempre Node.js e npm instalados e geralmente descarto os demais gerenciadores de pacotes (Bower, Component, Duo etc), por não ver ganho em usá-los no dia-a-dia. Obviamente, mantenho instaladas diversas linguagens funcionais, como Haskell, Scala, Clojure e Racket. E algumas que compilam para JavaScript como Elm, PureScript e LiveScript. Sou bem nerd de linguagens de programação e estou sempre brincando com uma ou outra. Dentre os frameworks, sempre mantenho uma abordagem frameworkless, usando sempre módulos/pacotes que fazem uma coisa bem feita. O único framework que me considero emocionalmente apegada é o React (mas por motivos racionais).
O que te motiva a fazer o que faz?
O que me motiva, sem sombra de dúvidas, é a curiosidade. Quando eu estava na 3ª ou 4ª série, os livros do governo eram entregues para que fossem encapados com 1 ou 2 meses de antecedência do começo das aulas. Eu lia os livros e fazia os exercícios durante esses quase 2 meses por pura curiosidade em entender os assuntos. Lembro que os de Biologia eram os meus favoritos, assim como assuntos relacionados à Geografia. Meu pai gostava de manter uma coleção de livros de "Conhecimentos Gerais", que eu li antes de terminar a 4ª série (mais ou menos nessa época eu comecei a hackear uns códigos em Visual Basic).
Quanto a tecnologia, ver algo funcionando e construir algo sempre encheu meus olhos. Entretanto, o conhecimento teórico me intriga profundamente mais do que a prática. Prefiro passar horas entendendo a relação de conceitos abstratos do que hackear um dispositivo, por exemplo. Mas isso é só sobre aumento de dopamina, não um juízo de valor.
Além disso, uma parte substancial da minha motivação vem da possibilidade de comunicar o que eu sei para outras pessoas. Já estive na posição em que ninguém dava respostas satisfatórias para minhas questões, por isso, vejo como tutorias são tão importantes para a formação profissional de alguém.
Um hobby?
Para as horas vagas ficaram as atividades artísticas que gosto muito: fotografia e desenho. Eu fui treinada em Fotografia por mais de 2 anos, mas não tenho nenhuma técnica para desenhar (o que me incomoda bastante).

Além disso, sou bastante ligada em seriados, embora não veja mais filmes. Recentemente vi alguns amigos comentando sobre o seriado sense8 e não pude não ficar curiosa para ver. Minha curiosidade é também voltada para leitura de assuntos técnicos, e por vezes me pego lendo livros de psicologia ou artigos científicos de diversas áreas (em geral, genética ou neurociência).